ESCREVER


Escrever arde e doura a pena-vida
Onde é necessário gritar, escrevo
Na precisão de desordenar, reescrevo
E já não sou eu mesmo: sou o risco

Rabisco um poema e assumo o medo
Incorporo as mudanças e reescrevo
Enquanto o mundo ensurdece, escrevo
E giro uma nova história: sou o abismo

Não paro, a poesia não é modismo
Saio de cena e vejo algo incrível,
Nas curvas da caneta se faz o crível
Moldando uma nova topia: sou o signo.

sEvErIAnO

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A r q u I v O s