ElA

I

mE AchA tÃO bÁrbArO
crê nA fOrçA IsOlAdA dEntrO dE sI
gOstO, gOstO mUItO dE pEnsAr Em tI.
ApOstO qUE gOstA dE fAlAr cOmIgO,
pOrÉm, nÃO fIz tEAtrO, nEm mE IlUdI
sÓ crIEI Um mUndO
OndE vOcê fEz pArtE E
EstEvE Em mEUs brAçOs
dIssE qUE mE AmAvA
E nO fUndO mE dEtEstAvA
EU pOdIA lhE IndAgAr
(OU EntÃO cOntIgO EstAr)
cAdA pAlAvrA sUA
cAdA gEstO sEU mE
hIpnOtIzAvA.
nAqUElE dIA
EscrEvI nO chÃO dA rUA
qUE lhE OdIAvA
mAs mEntI A mIm mEsmO
nÃO cOnsIgO tE EsqUEcEr
AchO qUE jÁ EsqUEcI
dE EsqUEcEr
vOcê.

II

brAncA, lEvEmEntE tOcAdA pElO sOl,
O prÓprIO sOl, EvItA, nÃO gOstA
prEfErE A lUz dA lUA,
À nOItE pArEcE mIstErIOsA.

cAbElOs nEgrOs, lOngOs, brIlhAntEs
cOm O pAssAr dO tEmpO, mAIs lIndOs
bOchEchAs rÓsEAs, mAcIAs, fElpUdAs.
lÁbIOs fIrmEs, frIOs, AvErmElhAdOs.

dEssEs lÁbIOs EscUtO pAlAvrAs
qUE sUAvEmEntE EstÃO mE tOcAndO
mÃOs frIAs, fEIAs AtÉ, sÃO Um gElO.
E nÃO sUpOrtA qUE lhE tOqUEm O cAbElO.

EU nÃO tE AbrAçO, EU nÃO EncOstO
sOU sUspEItO Em dIzEr O qUE pEnsO
A rEspEItO, pOIs AIndA A AmO
E nEm sEI O qUE EstÁs A pEnsAr

sÓ qUErO dIzEr qUE fAçO qUEstÃO,
nÃO sÓ fAçO qUEstÃO, cOmO ExIjO:
AqUElE sOrrIsO...
Oh, AqUElE sOrrIsO!

EspErO qUE nUncA sE ApAgUE,
É pOr ElE qUE vIvO,
É pOr ElE qUE mE InspIrO.

sE prA tEr sEU sOrrIsO
qUIsErEs sOrrIr dA mInhA mOrtE:
EstOU AqUI, cOrtO mEUs pUlsOs,
fUrO mEU cOrAçÃO,
rAsgO mEU pEItO.
mOrrO.
pOr sEU sOrrIsO.


sEvErIAnO

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